O coice da égua apresenta-se com a urgência de uma poesia que traduz a realidade urbana da periferia e expõe a experiência diante da violência cotidiana numa perspectiva nua e crua. Um retrato forte e fiel da nossa sociedade contemporânea, da brutalidade das ruas e de transitar pela cidade do Rio de Janeiro.
Plutônio-239 captura cenas de um mundo inflamado: do grande incêndio na Austrália ao vazamento de óleo na costa do nordeste brasileiro, passando por grupos que vivem às margens sociais tanto nas periferias cariocas quanto nas cidades de Ruanda, o leitor se depara com uma realidade áspera. A poeta também projeta questões situadas entre os anos 2027 e 2040. Os traços sensoriais são fortes na poesia de Valeska Torres, que escolhe não poupar o leitor dos cheiros, sons, gostos da distopia que bate à porta. Neste cenário, o título Plutônio-239 traduz perfeitamente seu conteúdo, já que este é o componente principal de armas nucleares — e sua radiação e potência se harmonizam por completo com os elementos cyberpunk desta antologia poética.
Valeska Torres é poeta, escritora, performer, editora assistente na 7Letras, educadora, curadora do CEP 20.000 e estudante de Biblioteconomia pela UNIRIO. Participou como poeta convidada do Mundial Poético de Montevidéu, no Uruguai, e do Festival Internacional de Poesia de Rosário, na Argentina. Compõe a antologia "As 29 poetas hoje" (Companhia das Letras, 2021), organizada por Heloísa Teixeira. É autora do livro "O coice da égua" (7Letras, 2019) e "Plutônio-239" (7Letras, 2022).